Em 2020, a sociedade se viu diante de uma das maiores crises de saúde das últimas décadas. E a chegada da pandemia representou muito mais do que novos cuidados com a saúde, já que o coronavírus também foi responsável por agravar a fome e piorar as condições de segurança alimentar de milhares de famílias brasileiras.
Segundo o Inquérito Nacional sobre Insegurança Alimentar no Contexto da Pandemia da Covid-19, desenvolvido pela Rede Brasileira de Pesquisa em Soberania e Segurança Alimentar, 55,2% dos brasileiros apresentam algum grau de insegurança alimentar, como privação de alimentos ou a necessidade de pular refeições, enquanto 19,1 milhões passam fome.
Já uma pesquisa do Fundo das Nações Unidas (Unicef), apontou que a pandemia pode aumentar a pobreza domiciliar em até 22%.
Neste cenário, a fase da infância é a mais afetada, já que a pobreza é um fator relevante para a mortalidade de crianças de até cinco anos de idade.
Pandemia e a fome na infância
Como mencionamos, o coronavírus trouxe consequências prejudiciais para diversas esferas da vida.
Além das questões sanitárias, as áreas econômica e social também foram profundamente transformadas com a pandemia, prejudicando o pleno desenvolvimento dos pequenos.
Conforme um levantamento realizado pela Data Favela no início de 2021, cerca de 70% dos moradores de favelas não têm dinheiro para comprar alimentos, já 80% das famílias dependem de doações para se alimentar.
O fechamento das escolas, por exemplo, devido à quarentena e às medidas de isolamento social, deixaram desamparadas milhares de crianças, que tinham a merenda escolar como única refeição do dia.
Segundo defende um artigo da revista científica The Lancet, a pandemia se tornou uma sindemia, ou seja, ela atua em conjunto com fatores biológicos e sociais causando danos maiores à população, como o aumento da desigualdade social, a fome, a insegurança alimentar, entre outros.
E as crianças carentes são as mais afetadas pelos efeitos da crise causada pela covid-19. Isso porque a ausência de uma alimentação adequada pode comprometer o desenvolvimento mental e físico dos pequenos, facilita infecções e outras doenças, e, em casos mais graves, pode até levar à morte.
Mas o que diz o Estatuto da Criança e do Adolescente?
Conforme disposto no Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA), toda criança e adolescente tem direito a uma alimentação adequada e saudável, além de acesso a alimentos que contribuam para o desenvolvimento nesta fase tão importante da vida.
No entanto, em muitas cidades brasileiras a situação é bem diferente. Com a ausência de estratégias de enfrentamento por parte do Estado, o combate à fome e à insegurança alimentar tornou-se uma responsabilidade da sociedade ativa e disposta a fazer a diferença.
É o caso do Instituto Beija-Flor (IBF), que há 10 anos atua na cidade de Colombo, Região Metropolitana de Curitiba, atendendo gratuitamente crianças e adolescentes em situação de vulnerabilidade social.
O IBF realiza diariamente diversas atividades assistenciais no contraturno escolar, que envolvem arte, música, esportes e cidadania e são desenvolvidas por uma equipe multidisciplinar.
Além disso, os assistidos ainda recebem quatro refeições diárias, além de apoio psicológico que se estende à família.
Através do Instituto Beija-Flor, dezenas de crianças e jovens recebem atenção e cuidado, aprendem novas habilidades, praticam a cidadania, se alimentam de maneira saudável e se desenvolvem de forma humanizada.
Quer conhecer mais sobre o projeto e fazer parte desta corrente do bem?
Acesse nosso site e confira como ajudar o Instituto Beija-Flor a cuidar da infância de crianças e jovens carentes.